Duas irmãs e escritoras paraenses, escreveram o livro de poesias infantis Papatiparapapa que foi contemplado com o IV Prêmio Helvéticos-Brasileiros em 2019, a cerimônia foi em Genebra na Suíça. Elas nos contam curiosidades sobre o processo de criação da obra.
Por Larissa Libanio
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CB: Como surgiu a ideia de escrever um livro de poesias infantis?
Michel: Olavo Bilcac fez publicar suas “Poesias Infantiis” em 1904, “Alma Infantil” de Francisca Júlia saiu do prelo em 1912; e também Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Manuel Bandeira criaram rimas que povoam o imaginário da meninada.
CB: A escolha do nome “Papatipararapá” se remete a brincadeira popular?
Jack: O nome do livro foi concebido da seguinte forma; certa vez ocorreu de eu falar “pra ti e pro papai”; depois, eu me pus a repetir incisivamente esse vocábulo “pra ti e pro papai, pra ti e pro papai”… até que se formou a palavra papa-ti-para-papá.
CB: Algumas poesias se remetem a personagens de contos de fadas, tem muitas referências nas poesias. O que inspiraram vocês a escrever cada poesia?
Michel: Os 60 poemas infantis que compõem esta obra foram escritos com o intuito de entreter e encantar os pequenos leitores, mas sobretudo, para instrui-los. Note-se que no livro Alma Infantil há na primeira página a inscrição “versos para uso das escolas”.
CB: Como o público infanto-juvenil recebeu o livro?
Michel: Este livro foi recebido com enorme simpatia pelo público em geral das crianças, dos jovens e também dos adultos. Afinal de contas não foi a toa que Humberto de Campos disse que “Na infância o que se ouve ou que se vê não sobe para o cérebro. Desce para o coração ou fica escondido”.
CB: Que personagem mais marcou a infância de vocês?
Michel: Bom… quando criança eu lia o jornal da Turma do Penadinho e na TV eu adorava assistir o Babapapa.
Jack: Já eu sempre preferi a Pantera Cor-de-Rosa a todos os outros desenhos do Walt Disney e lia muito também as revistas da Luluzinha.
CB: E qual foi o processo de criação? Cada uma escrevia uma poesia?
Michel: O processo de criação do “Papatiparapapá” foi exatamente o mesmo utilizado para todos os outros livros, quero dizer que planeamos esta obra juntas; mas por vezes Jack escreveu a maior parte de um poema e deixou estrofes para que eu terminasse… noutros, ela fez o título e eu compus o poema na íntegra… e assim por diante.
CB: O livro recebeu o IV Prêmio Talentos Helveticos-Brasileiros. Me conte um pouco como foi ter recebido esse prêmio?
Michel: Embora não tenha sido o primeiro prêmio internacional de literatura conquistado por nós foi este um grande momento em nossa carreira. Concorremos na categoria Infantil/Infantojuvenil com “Papatiparapapá” e a editora suíço-brasileira Helvetia Éditions levando em conta o destaque e a expansão intelectual no âmbito cultural desta obra nos agraciou com o 4º PRÊMIO TALENTOS HELVÉTICOS-BRASILEIROS. A cerimônia de entrega do troféu e do certificado ocorreu em Genebra, na Suíça, dia 30 de abril de 2019.
CB: Pensam em escrever mais livros desse gênero?
Jack: Este livro será o único que escreveremos nesse gênero; será assim para que ele brilhe como uma pedra preciosa e se destaque dentro do conjunto de nossa obra.
CB: Deixem uma dica para quem pensa em escrever um livro de poesias.
Michel: Infelizmente não há uma fórmula para se escrever um livro de poemas ou de qualquer outro gênero literário; mas posso dizer às pessoas que olhem mais para as borboletas, prestem mais atenção nas brincadeiras das crianças, ouçam mais as risadas… quem sabe assim observando coisas líricas, lúdicas, possam elas entender e conceber poesias.
