O doce veneno de “Clube da Luta”

Aqui no Blog do Clubebook costumamos convidar alguns clubebookers, para nos passar a suas impressões sobre alguns livros, o convidado da vez é o Alan Nascimento também conhecido como Criant, ele é jornalista e também rapper nas horas vagas. Neste post ele aborda uma resenha sobre o livro Clube da Luta.

 

Escrito por: Alan Nascimento
Edição de texto: Larissa Libanio

 

O doce veneno de “Clube da Luta”

                  O convite hipnotizante ao caos organizado     

 

O ser humano é curioso e ganancioso por natureza, vide* ainda nos primeiros meses de vida, nós aprendemos a andar, depois aprendemos a correr e automaticamente descobrimos que é mais prazeroso. Claro, respeitando todos os limites físicos.

*Vide: haja vista, se remeter a outro momento.

O “Clube da Luta”, de Chuck Palahniuk, é quase uma distopia*, embora tenha sido publicado em 1996, ainda pode se considerar uma observação muito negativa do mundo atual. Lembram as obras de Nietzsche e Kafka, porém, um tanto quanto real e é nesse ponto que se encontra o perigo.

*Distopia: lugar imaginário

Quebraremos a 1ª e mais importante das regras, falaremos sobre o “Clube da Luta”.
Pautado em sete pilares:

1 – Não falar sobre o clube da luta;
2 – NÃO FALAR SOBRE O CLUBE DA LUTA;
3 – Quando alguém diz “pare” ou ficar desacordado, mesmo que esteja fingindo, a luta acaba;
4 – Apenas duas pessoas por luta;
5 – Uma luta por vez;
6 – Sem camisa e sem sapatos;
7 – As lutas duram o quanto tem que durar.

O livro é um convite ao caos organizado, o autor seduz o leitor com o respeito demonstrado pelos membros do “Clube” com suas disciplinas e missões, um com o outro. O romance por trás dos personagens, mas sobretudo o desrespeito com o mundo corporativista que enxerga o ser humano como produto, ou parte de seu produto.

“O deslumbre se estende também pela ousadia de Palahniuk que nos faz questionar o modelo de vida que temos, se foi criado por nós ou se estamos apenas seguindo algum molde.”

 

Literacine:

Diferentemente do filme baseado na obra, lançado em 1999 e dirigido por David Fincher, o livro não aborda o transtorno de múltiplas personalidades e nem a bipolaridade com o glamour apresentado nos cinemas.

Antes de ler o livro, eu já havia visto o filme  há alguns anos, e fiquei surpreso por em nenhum momento ter associado os personagens com as formas físicas de Brad Pitt e Edward Norton (atores que interpretaram o personagem principal). A obra te mantém focado, é convidativa, você forma diferentes fisionomias para o personagem central sem nome, sempre que lê.

 

Apesar de achar o livro excelente, em alguns pontos torna-se desordenado – o que também é algo normal, pois o livro se refere justamente a uma confusão psicológica. A partir do capítulo 21, você compreende com mais clareza tudo o que foi lido e a frase “Eu sei disso, porque o Tyler sabe disso” ganha um sentido mais literal. Palahniuk mira nas experiências pessoais do personagem principal, porém consegue fazer com que o leitor também enxergue-o pela ótica de outros personagens.

Eu poderia estender ainda mais sobre as relações do personagem principal com Marla, Tyler, Bob  falar sobre a ausência familiar, os paradoxos de não saber o caminho a ser seguido, a crença de “perder tudo” para ser livre, a insônia  e tudo que está envolvido no “nascer” de Tyler, mas acredito que isso entra em um campo maior de psicologia.

E você, o que achou dessa leitura?

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