Psicóloga escreve livro sobre adoção tardia e cria projeto para unir famílias

A página Anjos da Guarda e a obra são utilizados com o objetivo de ajudar jovens que se encontram nos abrigos

A autora Maria Angélica Amarante dos Anjos de São Bernardo Campo, município de São Paulo,lançou recentemente o livro
Fui adotada aos 56 anos – Uma história real de adoção tardia”, baseado em uma experiência pessoal e também atua com serviços de apoio para os interessados no assunto.

O lançamento ocorreu em junho deste ano e o processo demorou mais de um ano para ser concluído. Nesta entrevista Amarante nos conta sobre a importância da adoção e sobre a criação do livro.

 

CB: Sempre gostou de escrever?
MA: 
Sim. Desde o curso primário eu apreciava fazer redações. Este gosto foi se intensificando na vida adulta. Escrever é um momento e alegria e reflexão, e gosto de transmitir uma mensagem que possa ser útil para as outras pessoas.


CB: Quais autores te inspiram?
MA: 
Todos os que li até hoje trouxeram algo de importante. Júlio Verne com a sua imaginação, para mim, está no topo da lista! Gosto muito das ideias de Zélia Gattai e das poesias de Cora Coralina. Dos autores do tema da Adoção, todos são bons, no entanto, tenho um carinho especial pelo Dr. Luiz Schettini Filho, pelo Dr. Sávio Bittencourt e pela Dra. Lídia Weber. São livros cheios de vida que pulsa.

 

Maria Angélica e sua família


CB: Por que quis escrever um livro tratando sobre a adoção?
MA: 
Para passar adiante as nossas experiências como pais de um lindo menino que nasceu para nós aos oito anos e meio. Não sabia que havia tanto preconceito cercando a adoção, principalmente quando os filhos chegam com um pouco mais de idade. Vejo nisso um compromisso: mostrar a possibilidade de se formar uma família por este lindo caminho. Há muito a ser feito, e pretendo colaborar de todas as formas que  puder, nem que seja apenas mostrando as nossas carinhas felizes.

CB: A página Anjos da Guarda – Serviço de Apoio à Adoção já ajudou a formar quantas famílias?
MA:
 
Não tenho esta estatística. No entanto, acredito que de alguma forma o nosso trabalho contribui para ampliar os conhecimentos dos adotantes, e chamar a atenção para dados reais, como por exemplo, a faixa etária mais comum das crianças e adolescentes que estão prontos para serem adotados. Para quem está neste caminho, toda ajuda é bem-vinda e cuido com carinho desta página para que ela cumpra a sua função.

 

CB: Qual a importância da adoção para você?
MA: 
A adoção é a base da minha vida, não só porque através dela eu pude me tornar mãe, como também a minha vida adquiriu um novo rumo. Através da adoção revi os meus próprios preconceitos, e me tornei uma pessoa mais aberta para a vida. Sempre digo que a adoção é um processo transformador para aqueles que iniciam a sua jornada.

 

CB: Como a sua obra foi recebida?
MA: A receptividade tem sido muito boa e gratificante: os adotantes se veem nas nossas histórias e se deixam levar pelo encantamento e pela realidade. Muitos se emocionam, e é isso mesmo que queremos: atingir o coração das pessoas.

CB: Teve apoio de editoras ou publicou de maneira independente?
MA: Decidi publicar de modo independente. Naquele momento foi o melhor. Se no futuro receber alguma proposta vantajosa, vamos estudar com carinho.

CB: Pensa em escrever outros livros?
MA: 
Sim. Já tenho dois praticamente prontos, e ideias para produzir mais dois. As obras estão em ritmo acelerado aqui, e pretendo participar de todos os concursos culturais que tiver conhecimento.


CB: Como é para você realizar as palestras?
MA:
 
É uma experiência maravilhosa! Temos viajado para vários locais e conhecido diversos grupos, recebendo o carinho e a amabilidade de todos. Ter a oportunidade de falar sobre a adoção, dar os nossos exemplos, contribuir para esclarecer dúvidas, isto nos enriquece muito. Estar junto com os companheiros da jornada adotiva é muito bom, fortalece a nossa disposição. E a troca com as pessoas é linda, ouvimos também muitas histórias. Estou vivendo um período dourado em minha vida. Meu filho e o meu marido também curtem muito as nossas aventuras.


CB: Ser psicóloga facilitou no entendimento para realizar a escrita?

MA: Sim, sem dúvida. Estudar a alma humana sempre foi o foco dos meus estudos. E procuro escrever de uma forma que a pessoa que a lê entenda de uma maneira fácil, sem complicações. Simples e direta, passando a mensagem que me propus.


CB: 
Tem projetos futuros?
MA: Sim, com certeza! Depois que cumprir o ciclo de palestras, vou traçar um plano para falar sempre sobre a Adoção nos locais onde for mais necessário, tomando por base a minha região. Pretendo unir forças com outros grupos de apoio à adoção, estendendo braços para a minha cidade. Gostaria muito de estabelecer um Fórum Permanente de Discussão sobre o tema da Adoção, e para isso precisamos estabelecer estratégias para parcerias que possam proporcionar a verba necessária para a realização de eventos. Há muito trabalho a ser feito. Estamos apenas começando.

 

 

 

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About Larissa Libanio

Aquariana, estudante de jornalismo, apaixonada por cultura, arte e literatura. A leitura pode transformar o ser e o intelecto, é por isso que escrevo no blog, para incentivar todos a descobrir um mundo com várias perspectivas e sonhos.

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