Vidas opostas se tornam cúmplices em Como Folha Secas, Júlia Oliveira

 

Júlia de Oliveira Santos Pereira ( “- E as pessoas adoram o fato de que ele rima.”). Tem 16 anos com um pezinho nos 17, natural de São Paulo e ainda não tenho nenhum emprego com carteira assinada nem nada do gênero, mas ainda será jornalista . ♥

 

Por Larissa Libanio

 

Como Folhas Secas é primeiro livro publicado da autora, que revela  alguns momentos de criação da história, conta sobre sua experêcia como novo talento na Bienal do Livro de 2016 e  compartilha sobre projetos do futuro.

 

CB: Sempre gostou de escrever?

JO: Sempre. Desde pequena escrevia histórias, contos, gibis. O que aconteceu foi que, com o tempo, minha escrita foi amadurecendo e minha linguagem se desenvolvendo e meus textos passaram de estórias bobas para enredos mais elaborados. Escrevi uma história de trinta e cinco páginas quando tinha nove anos e achei aquilo o máximo.

Uma peça de teatro que escrevi para a apresentação da minha classe no quinto ano foi um dos auges da minha infância. Escrevia musicais de cinco minutos para apresentar com meus irmãos em Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal, Páscoa, compondo inclusive musiquinhas. Definitivamente a escrita sempre teve muito valor na minha vida.

 

 

CB: Como surgiu a ideia de iniciá-lo?

JO: Estava rabiscando casualmente algumas ideias no meu diário quando percebi que aquilo podia ser algo mais. Não planejei escrever um livro, não era algo que eu pretendia fazer agora. Peguei outros rascunhos, ideias escritas num guardanapo, no verso de uma prova, em folhas de caderno e fui juntando tudo como uma colcha de retalhos. O primeiro croqui do livro estava seco, parecia um diário. No processo de reescrita tirei muita coisa e acrescentei muitos detalhes. A história ganhou forma e quando dei por mim, era um livro.

 

 

 

 

SINOPSE

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A narração é compartilhada pelos dois personagens principais da trama, Ana Carolina e Antônio. A história acompanha o passar dos anos da vida deles dois, mostrando o processo de amadurecimento e muitas situações pelas quais passam.

Ana Carolina mora no interior de São Paulo com seu pai e sua mãe, numa cidade tranquila de nome Santa Heloísa, onde cresce cercada de amigos, amor e atenção. Certo dia ela recebe a notícia de que uma nova família se mudaria para a casa em frente à sua, um lugar onde ninguém morava há muitos anos. Quem se muda para lá é Antônio, um ano mais velho que Ana, com seu pai e sua mãe. A família de Antônio é o oposto da de Ana.

Enquanto a dela sempre teve o cuidado de cerca-la de carinho, Antônio cresceu sem saber o que é o amor, lidando com um pai violento e uma mãe omissa. As duas crianças desenvolvem uma cumplicidade e amizade extremamente fortes que se desenvolve para novos sentimentos. Até que o destino resolve brincar com suas vidas e tirá-los de seu conto de fadas.

 

 

 

CB: Muito fascinante! Como foi realizada a produção do Book Trailer?

JO: Num grupo de whatsapp com outros escritores da minha casa editorial, vi muitos dos autores comentando sobre como o book trailer auxilia e promove a divulgação, além de ser muito bonito e instigar a leitura. Eu não tinha recursos para pagar um profissional então dei um jeito de montar o vídeo sozinha. Músicas que eu gosto ou que de alguma forma me influenciaram durante a escrita; imagens relacionadas ao livro; trechos de filme (todos com suas fontes devidamente citadas); e outros elementos que no final se juntaram num vídeo super legal, apresentando dois trechos do livro: um narrado por Ana e outro por Antônio.

 

 

CB: Quais os seus livros e autores favoritos?

JO: Eu tenho uma paixão louca por Khaled Hosseini e John Boyne. São muitíssimos os autores que admiro, estrangeiros e nacionais, da mesma forma são muitos os livros, brasileiros ou não, os quais amo e tenho na estante, mas esses dois são os meus ídolos.

Os livros de  Hosseini possuem uma força descritiva e emocional que tornam impossível para mim não me envolver com os personagens e as histórias. O livro “O caçador de pipas” é o amor da minha vida. Foi o primeiro drama que li, aliás o primeiro livro não-infantil ao qual tive acesso e me envolvi profundamente com a história.

Da mesma forma “O garoto no convés” de Boyne ganhou um espaço especial no meu coração. O que me fascina na escrita de Boyne é que, em cada livro ele conta a história sob o ponto de vista de um menino diferente. Os personagens têm idades diferentes, contextos históricos diferentes, personalidades completamente diferentes, e ele consegue criar cada um com uma riqueza tão linda que me faz crer que são todos reais e que, caso eu vá para o país em que a história se passa, eu vou encontrar aquele personagem.

 

 

 

“- Amo escrever, essa é uma das coisas que mais faço em meu tempo livre.  Além disso, tenho paixão por pintura, desenho e atividades artesanais, além de praticar piano e canto. Filmes e seriados também possuem um lugar especial nos meus dias, além da leitura de vários livros.”

 

 

 

CB: Qual gênero literário te chama mais atenção?

JO: Romance é, em teoria, o tema do meu livro, mas curiosamente não é meu gênero favorito, ainda que possua muitos livros do tipo. Sempre vou pender para o drama, sempre. Tenho para mim que um livro bom é aquele que, em algum momento me faz chorar, e livros dramáticos sempre atendem os requisitos. Também gosto de livros de ficção e fantasia, com pinceladas de futurismo, mitologia grega, guerra. Contudo, drama é o favorito.

 

CB: Como foi sua experiência na Bienal do Livro?

JO: Foi mágico! Eu nunca havia ido a uma Bienal do Livro e desejava que, quando fosse pela primeira vez, se tratasse de uma ocasião extremamente especial. Quando a editora aceitou o livro, um ano atrás, fiquei sonhando alto, imaginando noites de autógrafo e até um convite para a Bienal, mas larguei a ideia porque, certamente, era impossível,  jamais chamariam uma autora recém-lançada. Então imagine como eu quase morri ao receber o convite da Editora para a Bienal em São Paulo. Chorei e não foi pouco. Quando cheguei ao pavilhão de exposições na noite do dia 2 de setembro e segurei o meu crachá de autor, tive uma prova concreta da realização do meu sonho. E quando vi uma mesinha montada para meu momento de autógrafos no estande da Novo Século, não fui capaz de conter toda a gratidão e alegria. Foi sem dúvida um dos momentos mais especiais da minha vida.

 

 

CB: ‘’Como Folhas Secas’’ está disponível para nossos leitores?

JO: Está disponível em livrarias online e físicas, apenas no formato impresso. A previsão é de que até o ano que vêm (2017), saia a versão digital. Lojas virtuais como Amazon e Saraiva apresentam precinhos bastante amigos, e em alguns shoppings em São Paulo também é possível encontra-lo. Além disso, a Editora disponibilizou uma quantidade de exemplares para mim, os quais vendo online pela page do livro. Quem compra comigo leva não apenas o livro autografado como também um chaveirinho feito manualmente e uma latinha de balas personalizada. É muito fofo!

 

 

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CB: Já realizou evento de lançamento, sessão de autógrafos?

JO: Antes do evento oficial de lançamento tive um momento de “pré-lançamento” com amigos e conhecidos no salão da igreja a qual frequento, Batista Ebenézer. Um mês depois veio o evento oficial programado pela Editora, na Saraiva Megastore, do Mooca Plaza Shopping. Foi absolutamente incrível. Apesar de ter acontecido numa sexta feira à noite, o que impediu muitos dos meus convidados de ir por causa de estudos e trabalho, alguns puderam participar desse momento tão especial e me apoiar. Ter a mesa enfeitada, o banner com meu nome, foi incrível. Ocorreram outros momentos de autógrafo, na Bienal, em escolas, feiras de livros, etc.

 

 

CB: Enfrentou dificuldades para encontrar uma editora e enfrenta para divulga-lo?

JO: Quando terminei o livro, em outubro de 2015, arquivei-o e estava determinada a nunca tirá-la da pasta de “Histórias” no meu computador. Não pretendia publicá-lo, não achei que alguma editora fosse aceita-lo. No entanto, muitos amigos me incentivaram. Um deles disse “Tente, o que te impede de tentar? Eles podem dizer não, é verdade, mas e se disserem sim? Nunca vai saber se não tentar?”.

Essas pessoas tem um lugar especial nos Agradecimentos do livro, pois foi graças à seus incentivos que mandei para dez editoras o original. A Novo Século foi a primeira para quem mandei e justamente aquela em que eu gostaria de publicar. E foi ela quem aceitou o livro e decidiu publicá-lo.

Agora, no que diz respeito à divulgação, foi e ainda é difícil. A verdade é que a literatura nacional ainda não tem grande visibilidade no Brasil. A supervalorização de livro estrangeiros coloca os nacionais num “patamar abaixo”. Não há apoio aos autores nacionais. Ainda assim, nos viramos, divulgamos em grupos literários, sites, por meio de entrevistas e vamos atrás de parcerias e novas formas de vender.

 

 

CB: Quais seriam os projetos futuros?

JO: Tenho mais dois livros prontos, um novo drama e uma história de enfoque evangelístico. Pretendo publicá-los também, mas apenas daqui alguns anos (por mais que receba pedidos semanais de leitores que querem novos livros meus). É claro que, junto com a expectativa, vem o friozinho na barriga e aquele medo de que o segundo livro não agrade tanto quanto o primeiro. A repercussão de Como Folhas Secas está sensacional e eu mesma não esperava que o público o aceitasse tão bem. Mas acredito que os próximos serão tão bons quanto.

 

 

Mais informações:  visite a Page do livro e o site 

 

 

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