A pele despida

Um artista que conheço muito bem, é dançarino teatral com corpo escultural, Andrus semeia nas redes sociais o que muitos oprimem, objetificam ou sentem vergonha. Ele traz um ponto de vista da nudez, o objetivo principal seria eu transformar toda esta conversa em um texto. Mas acredito que fica mais a cara do leitor e dos clubebookers ver a conversa inteira e refletir sobre a própria percepção da pele despida.

Andrus: Qual a imagem que você faz de mim quando me vê nu?

Larissa: Não faço imagem alguma, apenas uma libertação através da própria imagem que reflete o exterior e seus textos complementam com um pouco do seu interior.

 

Andrus: E quem disse que, ao me ver nu, você me conhece?

Larissa: Olha só, o corpo não faz o outro íntimo e muito menos se torna um convite para visitarem o seu templo.

 

Andrus: O que você vê quando olha para o meu corpo?

Larissa: O que eu vejo é a autoestima, o processo vencido da auto imagem, um exibicionismo quase que intelectual e que desperta a volta de se libertar igual.

 

Andrus: Que corpo você acha que vê?

Larissa: O que eu vejo é a imagem de Andrus, querendo passar uma mensagem, não apenas trazer sensualidade(isso é inevitável se tratando de você, migo), mas trazendo a mensagem de corpo é só corpo, que se despe, se torna nu porque para si é normal um corpo nu, já que é assim que chegamos ao mundo. Sem roupa, sem saberes, sem preconceitos. Eu vejo uma libertação de alma e carne. Te admiro por isso. 😉

 

Após as minhas reflexões a cada pergunta que ele havia escrito juntas e colocado em uma publicação nas redes sociais e eu me instiguei a responder, segue os complementos dele.

Andrus disse:

São por elaboração como essas que fazem com que eu permaneça acreditando que o meu trabalho está, minimamente, chegando em algum lugar… Elaborando reflexões que possam sensibilizar outras formas de perceber e lidar com o corpo.

 

“Creio que o mundo machista tenha elaborado esse tipo de percepção: se está mostrando, é porque está me autorizando a tocar, comentar e possuir. Isso é altamente invasivo e violento.”

 

Penso sempre em como elaborar o nosso conhecimento para auxiliar na conquista da liberdade… na ampliação do nosso bem-estar estético, que por mais que possam desenvolver falácias dizendo que se trata de algo fútil, sentir-se feliz e tranquilo com seu próprio corpo é algo que afeta as diversas maneiras de alguém se comportar social, política, emocional e psicologicamente.

 

A sensualidade para mim não é um problema! Creio que ela seja algo treinável e que precisa ser desenvolvido com o tempo. Ela é um recurso de comunicação do nosso corpo…

 

A nudez sempre é um conceito mutável. Mutável porque tem haver com ambiente na qual ele se desenvolve. Não existe nudez sem o Consentimento do ambiente dizendo que aquilo é nudez. Cada ambiente elabora a sua percepção sobre o nu.

 

Para mim, é importante compreendermos que o corpo é um recurso de comunicação… Ele fala por si. E para ser sensual, não existe a necessidade de estar nu. Nem sempre a nudez falar sobre erotismo. Mas, neste caso, eu estou falando explicitamente sobre ele… Acho importante discutirmos sobre isso…Negar o erotismo é, para mim, negar uma parte fundamental da composição humana.

 

 

Para o desfecho deste post sem etiquetas e tarjas, encerro com uma singela poesia.

O artista se despe

Em curvas de luz

Na mais pura sanidade

Em verso e corpo

Na fala e na alma

-Larissa Libanio

cardbook

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About Larissa Libanio

Aquariana, estudante de jornalismo, apaixonada por cultura, arte e literatura. A leitura pode transformar o ser e o intelecto, é por isso que escrevo no blog, para incentivar todos a descobrir um mundo com várias perspectivas e sonhos.

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