O Despertar da poesia e do RAP, geram uma nova visão

 O rapper Wellington Santos, mais conhecido como D’Santos, me abordou na rua para falar de sua poesia e ilustração, logo peguei seu contato e fiz algumas perguntas para mostrar para vocês. (16/02/17)

Por Larissa Libanio

Integrante da Crew Moio Sujo, D’Santos lança em breve seu primeiro trabalho solo intitulado “Pra Todos Que Apreciam a Arte” pelo selo Máquina de Sonhos.

CB: O que te inspirou a escrever poesias?

DS: Foi a referência de vários artistas que cantavam em suas letras realidades semelhantes à realidade que eu vivia no Jardim Jandaia, Ribeirão Preto, onde nasci e fui criado.
CB: Sempre teve o hábito de escrever?
DS: Gostava sim mais das aulas de humanas do que das de exatas na escola.
CB: Você também é rapper certo? 
DS: Em contato com a cultura Hip Hop, composta por 4 elementos que são o Break, o Graffite, o DJ e o MC eu quis tentar de tudo um pouco, mas vi meu limite na época, e fiquei com o que tinha condições de ter, papel, caneta e muita vontade, e as oportunidades que me surgiram de divulgar meus versos primeiramente veio de frequentar os saraus de poesia da minha cidade.
 Chamado ao Despertar
                            
(Poesia D’Santos)
 
CB: O Rap e a poesia andam de mão dadas, mas porque decidiu não deixá-las apenas nas músicas e também imprimi-las?

DS: 
Com base em viagens que fiz e a visita de poetas da capital que recebemos em Ribeirão Preto, vi métodos de difusão artística e literária, com os livros de Sérgio Vaz, Alessandro Buzo, os cartões poéticos de Akins Kintê, e daí me veio também a reflexão de que músicas no meu bairro competem entre si, é pagode de cá, rap dali, funk de lá, e nada de meu povo ler.
Só se via aumento da criminalidade e do consumo de drogas pesadas por manos e minas cada vez mais jovens. Eu tinha que ajudar minha mãe a colocar dinheiro dentro de casa, e não sabia fazer mais nada que não fosse o rap. Foram muitos anos trabalhando em torno de 8 meses em empresas nada haver com o que eu fazia, e consequentemente desqualificado para as funções das mesmas, e muita coisa já escrita, muita coisa ainda no coração pra soltar e a necessidade de sobreviver.
ig
 
 (Ilustração Igor Queiroz)
CB: Como surgiu a ideia de unir sua poesia com a arte do Igor?
DS: A união da poesia com uma ilustração temática começou com uma rima minha que diz: “não é tão fácil assim quando se é visto com desdenho, mas caso façam vista grossa pras rimas, logo desenho! Me falta o cash mas com vontade e esperança venho, titular na fita, vai segurando meu empenho!”
E teve uma viagem que fiz para um festival no Rio de Janeiro, onde conheci o primeiro ilustrador, Matheus Pixain Heilman, que ilustrou o primeiro cartão com a poesia Rompendo Trancas. O Igor Queiroz é graffiteiro, e quando viu esse primeiro trabalho estávamos na casa de um dos meus irmãos de grupo, ali mesmo conversamos e definimos a segunda edição, que foi a que chegou em suas mãos, e eu fiquei muito feliz com a ressonância.
CB: Pretende escrever um livro?
DS: Um livro ainda é um sonho distante, já que comecei fazendo rap, e não me imagino fazendo outras coisas, embora já esteja levando-o para a literatura, mas não me foge a possibilidade, caso os ventos soprem a favor.
moiosujo

(A ilustração pertence ao segundo EP do Moio Sujo, grupo do Rapper D’Santos)

CB: Que autores e músicos lhe inspiram?
DS: Minhas inspirações variam conforme os anos, mas tem nomes que não esqueço, que são Racionais, Thaíde e DJ Um, Consciência Humana, Visão de Rua, GOG, Rappin Hood, Naldinho, Bone Thugs N Harmony, Notorious Big, 2 Pac, entre muitos outros de antigamente e de agora também.
Da parte literária tem os que já citei e agora também Castro Alves, dono de uma obra onde descobri que Jandaia é um pássaro, canta e voa!
cardbook

E ai, curtiu? Comente para D’Santos.

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About Larissa Libanio

Aquariana, estudante de jornalismo, apaixonada por cultura, arte e literatura. A leitura pode transformar o ser e o intelecto, é por isso que escrevo no blog, para incentivar todos a descobrir um mundo com várias perspectivas e sonhos.

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