Ricardo Gondim fala sobre '' Deus no Labirinto'', livro que desperta curiosidades pelos leitores

 

Ricardo Labuto Gondim, publica o livro ” Deus no Labirinto”  que teve todos os exemplares vendidos e voltará com mais publicações em Janeiro,  teve mais livros também publicados, então bora ler essa entrevista que até eu estou curiosa!

Por Larissa Libanio

 

Gondim é  carioca, 50 anos,  formado em teologia roteirista e redator há mais de 30.

 

Como muita gente conservadora e nociva se apresenta como “teólogo”, é prudente acrescentar que me formei em uma faculdade reconhecida pelo MEC.  Fui crítico de cinema e música clássica – que são muito mais do que hobbies, são parte da minha vida.

 

 

CB: Como surgiu a ideia de escrevê-lo?

RG: ‘Deus no labirinto’ foi meu primeiro livro publicado, embora alguns contos não fossem inéditos.  Cada conto tem uma gênese. A ideia é descobrir o fantástico em coisas que parecem banais, o banal no que parece extraordinário, e sugerir que “a vida só pode tornar-se bela e grande pela fantasia”, como disse Beethoven.

 

CB: O que te inspirou na escolha dos temas?

RG: Música e, claro, literatura. Ninguém que leia muito pode escapar ao imperativo de escrever. E escrever é muito difícil…

 

CB: Quais suas expectativas em relação ao público?

RG: Meus livros foram bem recebidos e tiveram diversas edições. Isso é importante na medida em que publicar o segundo é mais difícil que publicar o primeiro. Tenho dois livros prontos e um deles deveria ter saído este ano. Mas é um livro de ficção científica muito complexo, de difícil posicionamento, e a editora me pediu paciência em razão da crise econômica, social e moral que mancha o país. Mas reuniu dois contos previamente publicados e um inédito em um livro digital, “Três contos perigosos”. O livro está há cinco semanas entre os mais vendidos da Amazon em sua categoria.

 

CB: Pelo título, “Deus no labirinto” já é questionado se fala de religião ou fé. O que diria ser o real contexto?

RG: O livro “Deus no labirinto” reúne nove contos e dois ensaios. Os ensaios falam de cinema e música para discutir tanto a religião quanto a fé. O conto que dá título ao livro é, de certo modo, uma narrativa policial – como em “O Nome da rosa”, deusnolabirintoque é literatura, e o “O Código Da Vinci”, que é entretenimento.

Na trama, é preciso decifrar um texto em hebraico e grego para resolver outro enigma, que envolve o conhecimento “de tudo aquilo que foi, que é e que será”. Em outras palavras, uma chave para a Eternidade. Daí que a história ganha certa perspectiva sobrenatural, mas cabe ao leitor aceitar ou negar essa possibilidade. Acho que a síntese do livro está na frase que abre um dos ensaios: “Ninguém olha para o céu sem fazer perguntas”. Eu não tenho respostas nem a pretensão de sugerir uma.

Estou perguntando como todo mundo. Mas, respeitando a inteligência do leitor (e aqui entre nós, hoje faltam livros que nos respeitem como seres pensantes), espero contribuir para perguntas novas e mais densas.  Mas nada disso é “solene”. Religião é um fenômeno da Cultura, fé é questão de foro íntimo. Shakespeare disse que somos feitos da mesma substância dos sonhos, e Carl Sagan, da mesma matéria das estrelas. Sob o meu ponto de vista, que tenho o cuidado de não tentar impor a ninguém, ambos estão corretos.

 

 

CB: Me lembrou um pouco de Código Da Vinci mesmo. O que espera em relação ao leitores?

RG: Eu escrevo porque não tenho escolha. Escrever é estar apaixonado por algo abstrato, que de certo modo está além de você, mas não do seu alcance. Às vezes é lindo. Às vezes é o inferno. Se você leva à sério, se deseja que o seu texto seja impecável, terá de fazer muitos sacrifícios pessoais, começando pelo sono. Em um país inculto, sinto uma gratidão enorme quando sou lido.

 

 
CB: Sempre teve o hábito pela leitura? Quais autores e/ou livros favoritos?

RG: Leio, no mínimo, um livro por semana desde os cinco ou seis anos de idade. Cresci cercado de livros e hoje envelheço sitiado por eles. Tenho dezenas de autores favoritos, de Shakespeare à Bukowski.

Leio toneladas de HQs também. Borges dizia que você pode encontrar boa literatura em bula de remédio e é verdade. O meu livro de cabeceira é “Moby Dick”, de Herman Melville. É o livro que eu levaria para uma ilha deserta, desde que na tradução excepcional de Péricles Eugênio da Silva Ramos. Sempre que a vaidade me ronda, abro “Moby Dick” e volto ao meu lugar muito além do horizonte marinho, lá no fim da fila.

 

 

CB: Já escreveu outros livros?

RG: Tenho dois livros publicados pela Editora Baluarte. “Deus no labirinto”, com nove contos, dois ensaios e prefácio de Washington Olivetto. “B” é uma novela policial que se passa na Guanabara em 1950. Embora seja uma trama divertida e movimentada, fala da promiscuidade entre o Brasil e a Alemanha Nazista. O prefácio é do cineasta ‘noir’ brasileiro, Guilherme de Almeida Prado, e a orelha, de Raphael Montes. Há cerca de cinco semanas a editora lançou meu primeiro livro digital, “Três contos perigosos”.  Também estou em quatro antologias.

 
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CB: Estão disponíveis para nossos leitores? 

RG:Meus livros estão nas principais lojas online. É possível encontrá-los na Cultura e na Travessa. A última edição de “Deus no labirinto” se esgotou, mas a nova sairá em janeiro. “B”, o livro policial que narra fatos históricos muito graves em tom muito leve está por aí – também em edição digital para Kindle e outros formatos, como “Três contos perigosos”.  Não é pseudônimo, mas é ‘exótico’ e fácil de achar no Google se você colocar entre aspas.

 

 

CB: Quais dificuldades tem enfrentado em relação a publicação e divulgação da obra? Recebeu apoio?

RG: A divulgação de livros é um negócio e exige recursos. Mas não existe melhor publicidade que o boca-a-boca: “Olha, descobri aqui um autor e achei interessante…”. Foi o que me garantiu algumas edições e também as próximas. Aliás, muito obrigado por esta oportunidade.

A Editora Baluarte montou minha página no Facebook.

 

 

CB:  Nós que agradecemos. Possui projetos futuros?

RG: Sempre. Em 2017 farei uma série de vídeos sobre escrita criativa. Fui professor universitário e uma de minhas matérias era redação publicitária. Me orgulho em dizer que nunca ensinei nada aos meus alunos. Não gerei cópias dos meus limites. Mas dividi o que sabia com eles. Não escondi nada, passei tudo adiante. O fato de que alguns estão se saindo muito bem, obrigado, confirma a tese. Pretendo seguir o mesmo caminho com os vídeos.

Mais uma vez, obrigado pela oportunidade de falar do meu trabalho.

 

 

 

 

 

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2 thoughts on “Ricardo Gondim fala sobre '' Deus no Labirinto'', livro que desperta curiosidades pelos leitores

  1. A inteligência sem prepotência, coisa rara de se ver. Ágil, direto e fantasioso, como é possível? Feliz pela oportunidade de reconhecer Ricardo Gondim nessa entrevista. Obrigada!

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