Eu não gosto de ler

Eu não tinha o mínimo amor pela leitura, não que eu a odiasse, mas não era para mim, preferia deixar isso para quem realmente gosta.

Por Raphael Augusto

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“ -Aah, eu não tenho paciência sabe? Não aguento ficar muito tempo lendo essas coisas, eu já tentei mas não dá… não é para mim.”

“ -Qual a graça de ficar perdendo tempo lendo um livro? Não se meche, não faz nada, não tem efeito especial e nem som, é só um amontoado de páginas inexpressivas. ”

No jardim de infância havia ganhado um conjunto de livrinhos de histórias infantis da minha professora e como não sabia ler apenas escutava o CD que narrava as histórias, enquanto observava as imagens, ficava imaginando como seria conseguir ler aquelas letrinhas em cada livro. Alguns anos depois, já alfabetizado, essa curiosidade se dissipou e não havia mais interesse em livros… Certo dia simplesmente bateu uma vontade de ler alguma coisa, sabe? Qualquer coisa. Então vasculhei minha casa e não havia nada… fui ao porão em meio a poeira e aos livros didáticos milenares encontrei um livrinho fino chamado “Como ser mestre de si mesmo para ser líder de pessoas”, lá com os meus 12 anos eu não entendia muito o que aquilo poderia significar, mas a vontade de ler estava tão intensa que o peguei e comecei a folheá-lo . O livro não durou muito tempo, mesmo sendo muito técnico, e eu obtive tantos bons ensinamentos que logo o terminei e estava ansioso para o próximo livro.

Então, lembrei que alguns livros que a escola distribuíra se encontravam em uma velha estante e fui procura-los. O primeiro que me chamou atenção foi A invenção de Hugo Cabret, Brian Selznick.Untitled 1.png

Esse livro me fez voar, imaginei cada cena como se estivesse dentro da história e foi essa magia que me fez enxergar a leitura de outra forma, e originou o filme que por sinal é muito legal de se assistir.

Com o passar dos anos percebi que aquela vontade de ler não poderia ter nascido de uma hora para outra, como pura coincidência. O que aprendi na minha primeira leitura me fez entender muito melhor as pessoas que conviviam comigo, isso com 12 anos, o que realmente mudou tudo.

Já na segunda história, eu pude entender como a leitura te leva para Terra de Nárnia. E hoje, aproximadamente seis anos após, vejo como é mágico o jeito que os livros nos escolhem, como eles para nós a partir das prateleiras e nos atrai mesmo sem ter nada de diferente.


“Achamos que estamos no poder, observando-os e escolhendo-os, mas na verdade é o inverso. ”

-Raphael Augusto

A tecnologia como prateleira

Numa das minhas coletas de livros digitais gratuitos (já que não há dinheiro para comprar toda a lista), baixei cerca de 50 livros. Em um certo dia, no ônibus enquanto ia de encontro a psicóloga para mais uma sessão, bateu de novo aquela vontade de ler, o que não era nada normal para as atuais circunstâncias. Folheei os arquivos disponíveis e parei o dedo em um, o que ele tinha de mais interessante em relação aos outros? … Nada! Mas me despertou uma curiosidade ( de novo, fui escolhido). A sinopse parecia ter sido escrita diretamente para mim, e por ter sido escolhido pude aproveitar muitíssimo melhor minhas sessões.

Atuação de professores

Existem muitos professores atuando na missão de despertar o interesse da leitura nos alunos, e nessas missões (quando bem-sucedidas) acabam percebendo que não existe alguém que não goste de ler, existe alguém aqueles nos quais ainda não foram escolhidos ou procurados. A magia e aventura que um livro proporciona é irrecusável, basta que tenhamos contato com o livro certo e estejamos abertos a essa experiência.

E ai, que livro você leu hoje? Se ainda não leu não perda tempo.

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